Tem muita gente contente “para o meu gosto” sobre a provável redução das questões da prova objetiva de 100 para 80 do Exame da OAB. E porque não estariam contentes, se a média vai baixar de 50 questões para 40? Se a prova ficará nas 5 horas de duração? Serão menos 20 questões para estudar!
Aí está o GRANDE erro!
Você tem certeza que serão 20 questões a menos para estudar?
Em primeiro lugar, a média continuará sendo 50%. E, em segundo lugar, você acredita que o conteúdo programático irá também diminuir? Por exemplo, é possível que a banca não cobre mais direito de família ou sucessões ou deixe de considerar empresarial na 1ª fase?
Ou será que poderemos abrir mão de estudar o controle da constitucionalidade porque teremos menos questões?
Não há dúvidas que o campo da abordagem será consideralmente inferior para tantas disciplinas e, portanto, a análise da frequência de temas e subtemas dentro delas será bem mais complicado e restrito. Em outras palavras, será mais difícil acertar com precisão se toda prova cairá questões que tratem de responsabilidade civil ou de sucessões ou de licitações, enfim, para uma preparação sistemática você terá que continuar estudando “toda a matéria” ou ter a “sorte” de estudar as mais prováveis e elas se fazerem presente na prova.
Veja, então, que em termos de FACILIDADE quanto ao conteúdo não haverá mudanças, quem sabe para pior se realmente incluirem novas disciplinas aquelas justamente que estão fora do “eixo fundamental”, como medicina legal – que está sendo “ensaiada” algum tempo…
Menos questões para mais matérias.
Pode piorar o quadro? Sim. Veja que os enunciados das questões cada vez mais aumentam ao passar das provas. O raciocínio é simples para a banca: com mais tempo, o examinando poderá enfrentar questões mais complexas e com mais afirmativas, quem sabe, com mais uma alternativa, a letra E.
Detesto ser pessimista nem disseminador de pânico e crises, mas as mudanças que estão se anunciando por ai só tem um propósito: oferecer instrumentos mais eficientes para regular o mercado de advocacia. Desejo que tudo isso não passe de um pesadelo e Freddy Krueger seja o Ronald McDonald.
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